Conversamos com Ricardo Sant'Anna, árbitro responsavel da FGR.
Ricardo :
1) Você compartilha a idéia de que o nível geral de jogo, sobretudo nas seleções nacionais, também passar por haver árbitros capacitados a apitar e, claro, a orientar os jogadores?
Com certeza. Quanto mais alto o nível do jogo, mais alto deve ser o nível do árbitro. O Rugby está em constante evolução e os árbitros, se também quiserem evoluir, precisam acompanhar este crescimento e se aprimorar cada vez mais.
2) O que é necessário fazer para que mais pessoas se interessem em apitar?
Acredito que a iniciativa tenha que vir da própria pessoa em querer se tornar um árbitro, seja por não poder mais jogar, por idade ou lesão por exemplo, ou simplesmente por querer ajudar o Rugby de outra forma..
3) Seria uma boa idéia obrigar cada clube filiado à FGR dispôr de pelos menos dois árbitros capacitados para que o respectivo clube possa disputar jogos e torneios oficiais?
Acho que obrigar não seria a palavra mais apropriada, mas sim incentivar. Acredito que é nos clubes que se pode identificar pessoas que possam se tornar futuros árbitros e a partir de então estimular o aperfeiçoamento. Todos sabemos da necessidade que temos de árbitros, então o primeiro passo tem que ser dado dentro dos clubes, nem que seja iniciando "arbitrando um coletivo".
4) Do que você acompanhou até agora, o que tem a nos dizer sobre o que pensam lá fora sobre o nível geral da arbitragem Gaucho ?
Como todo o Rugby no RS, a arbitragem gaúcha também está surgindo para o cenário nacional. Os "olhos" do Brasil estão voltados para o Rugby aqui do sul com uma certa expectativa e a arbitragem vem caminhando junto. Estou tendo a oportunidade de representar o estado no Campeonato Brasiliero (Super 8) e acredito que aos poucos estamos conquistando respeito, ou seja, sabem que aqui também existe Rugby. Tive a oportinidade de arbitrar a final da Copa Cultura Inglesa de Rugby Juvenil entre duas seleções de SP, o que me deixou bastante emocionado e orgulhoso e demonstra que estamos sendo vistos e avaliados pelo centro do país constantemente.
5) Como voce vê o momento da arbitragem no RS ??
Estamos caminhando. A Direção de Arbitragem da CBRu está focando no desenvolvimento e por dois anos seguidos tivemos cursos de árbitros Nível 1 aqui no estado. Pela primeira vez estamos conseguindo realizar partidas do Campeonato Gaúcho Union sendo dirigidas somente por árbitros certificados e aos poucos estamos estimulando novos árbitros, já que, como em todo o resto do Brasil, a demanda de árbitros não suporta a quantidade de jogos que temos.
6) No rugby internacional raramente se fala com o arbitro, no Brasil o que voce pensa da conduta dos clubes em relação aos Arbitros nos jogos?
No Brasil nós temos muito a cultura do futebol, o que infelizmente se reflete no Rugby. Aqui no estado temos, como ainda estamos em crescimento, temos que trabalhar para que cultivemos jogadores, técnicos e torcida de RUGBY, com o espírito que este esporte prega, diferenciando da cultura do futebol que todo o brasileiro, de forma inata, carrega.
7) Quais são os próximos passos da arbitragem em nossa FGR ?
Temos que incentivar e estimular novos árbitros, mas tudo a seu tempo. Hoje em dia temos no estado jogos de todos os níveis, o que é excelente para estimular os árbitros. A organização da arbitragem junto a FGRugby passará por algumas mudanças nos próximos meses, mas o objetivo final seguirá a mesma linha de trabalho.
8) Qual mensagem final você gostaria de deixar para os amantes do Rugby no RS?
Desfrutem do esporte. O Rugby nos exige muito esforço, trabalho e dedicação, mas ao final nos proporciona momentos de alegria incomparáveis. Aproveitem a oportunidade de Viverem o Rugby.
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